CONFIE EM SEUS INSTINTOS
Muitas mulheres procuram aulas de
Krav Magá depois de sofrerem algum tipo de agressão. Em sua grande maioria, ao
contar sua história de violência pra alguém, costumam dizer sempre as mesmas
coisas, e começam o discurso com “Eu tive um mau pressentimento, mas…“, ou “Eu
sabia que não deveria ter ido, mas…”
Evitar uma situação de risco é a
primeira de uma longa lista de táticas de defesa, que tem como principal
objetivo “não estar” onde e quando um ataque acontece. E por mais simples ou
mesmo óbvio que isso pareça, essa situação geralmente passa despercebida pela
maioria das pessoas.
Se algo não parece certo, provavelmente também não é seguro. Muitas mulheres foram condicionadas a ignorar seu pressentimento, ignorar seu “sexto sentido“. O instinto ainda é o melhor detector de perigo que temos. Na próxima vez que você sentir que algo está errado ou fora do normal, previna-se! Evite se colocar em risco!
NÃO SEJA UM ALVO FÁCIL
O resultado de uma batalha é
muitas vezes determinado antes do primeiro golpe. Sempre que tiver a
oportunidade de escapar de uma situação antes que ela se torne ruim, aproveite!
Se quando estiver na sua caminhada, ou na rua, perceber que existe alguém suspeito, não se aproxime, atravesse, vá em outra direção. Se num local público ou privado, desconfiar de alguém que esteja próximo, se afaste. Essas reações de fuga, são uma das maneiras mais práticas de sair de uma situação de perigo e evitar uma possível agressão.
MOSTRE CONFIANÇA
Nosso corpo fala. A maneira como
caminhamos, as expressões, gestos e atos corporais expressam sentimentos,
concepções, e até mesmo posicionamentos internos, através de uma comunicação
não-verbal. Esteja ciente da mensagem que seu corpo envia para as pessoas ao
seu redor.
Assim como acontece com os
animais, “predadores” humanos estabelecem como alvo aqueles que aparentam ser
mais fracos ou mais vulneráveis. Agressores escolhem suas vítimas pelo que elas
aparentam: pessoas que parecem assustadas, confusas, fracas ou distraídas são
sempre as preferidas. Mulheres que andam de cabeça baixa, retraídas, com as
mãos nos bolsos, ou aquelas que estão sobrecarregadas com sacolas e bolsas ou
distraídas no celular são um alvo fácil.
Agressores geralmente não querem chamar atenção, ou provocar uma briga: eles buscam um alvo que seja fácil. Caminhar com confiança e consciência – com atenção ao ambiente ao redor, mantendo a cabeça erguida e os ombros para trás são atitudes simples que irão reduzir drasticamente a probabilidade de você se tornar um alvo.
ESTABELEÇA LIMITES VERBAIS FORTES
Habilidades verbais são uma
ferramenta segura e eficaz, que podem ser usadas com bastante frequência e
funcionam tão bem quanto qualquer outra técnica física. Quando um possível
agressor tenta iniciar uma conversa, ele está interessado em avaliar os riscos
e checar se está em contato com uma possível vítima.
Alguns criminosos tem bastante
prática em usar as palavras para provocar pânico em suas vítimas, reduzindo
assim as chances de reação da mesma, que muitas vezes fica imóvel ou
“congelada” pelo medo.
Embora um confronto verbal possa
parecer assustador, é importante ser forte o suficiente e mostrar ao agressor
que ele escolheu a vítima errada. Manter a calma e responder ao confronto com
atitude e confiança possivelmente irá afastar o agressor e evitar uma situação
mais complexa, afastando e evitando o perigo.
Enquanto for estabelecer os limites verbais, é imperativo manter também o controle da distância e o limite pessoal até que seja possível fugir ou reagir em uma situação de ataque iminente.
MANTENHA A CALMA
Uma das estratégias utilizadas para
evitar um confronto está no elemento surpresa. A grande maioria dos agressores
acredita que a vítima não irá esboçar nenhum tipo de reação. É importante saber
como tirar proveito desse tipo de pensamento para ganhar uma vantagem em uma
situação de ataque.
Quando a vítima assume uma
postura de “base” de qualquer tipo de arte marcial, ela envia ao agressor
imediatamente a mensagem de que ela sabe como lutar e se proteger. Essa
mensagem pode gerar 2 tipos de respostas: ou o agressor irá se assustar e se
afastar, por medo, ou ele será mais agressivo em sua abordagem.
Adotar uma postura confiante e relaxada, pode induzir o agressor ao pensamento de que a vítima está disposta a obedecer passivamente. Desta forma, caso seja necessário realizar uma defesa ou ataque para se livrar do problema, o agressor provavelmente não estará preparado para essa reação, aumentando muito as chances de sucesso da suposta vítima.
MANTENHA UMA DISTÂNCIA SEGURA
Em um estado de adrenalina, o
corpo humano precisa de cerca de um quarto de segundo para reagir a um ataque.
Esta “lacuna” no tempo de reação deve ser antecipada quando um agressor está
dentro da zona de conforto ou do espaço pessoal de uma vítima.
O ideal é tentar manter uma distância de aproximadamente uma perna ou um braço e meio para o agressor. Caso exista alguma tentativa de aproximação, podemos tentar usar os limites verbais. Caso esses limites não tenham efeito, ou não façam o agressor recuar, é hora de entrar em ação física.
USE O ELEMENTO SURPRESA
A maioria dos agressores presume
que suas vítimas não podem ou não conseguem se defender. Desta forma, podemos
aproveitar a situação e usar o elemento surpresa na estratégia de defesa.
Quando possível, podemos usar as
habilidades verbais e uma postura de não confronto para induzir o agressor a
baixar a guarda. Porém, se isso não for o suficiente e mesmo assim o agressor
partir para um confronto ou agressão física, a reação de defesa e contra ataque
devem ser imediatas.
Em qualquer caso, a reação de defesa pode causar no agressor uma surpresa, deixando-o desprevenido e aumentando as chances de sucesso.
MANTENHA A TÉCNICAS SIMPLES
Um dos principais efeitos
causados pela liberação da adrenalina em nosso corpo é a perda das chamadas
habilidades motoras finas. Isso significa que gestos e movimentos simples, como
por exemplo tirar as mãos do bolso, podem se tornar difíceis, de forma que as
chances de executar uma defesa contra um ataque iminente diminuem.
No Krav Magá, as técnicas de defesa ensinadas são simples e rápidas, e usam movimentos naturais do corpo, visando um bom desempenho dentro desse cenário de agressão real.
NÃO ENTRE EM PÂNICO SE CAIR NO
CHÃO
Em algumas situações, as pessoas
que são atacadas, acabam caindo no chão, seja por que perderam o equilíbrio,
desmaiaram ou porque o agressor fez alguma ação para que a vítima terminasse
naquela posição.
Felizmente, a grande maioria dos
agressores não são lutadores de solo qualificados, são apenas “valentões” que
estão acostumados a derrubar mulheres para obrigá-las a obedecer, usando para
isso seu tamanho ou força superior em relação a vítima.
Desta forma, usar um ou mais
golpes com a palma da mão, golpes para os olhos e para a genital, continuam
sendo ótimas opções que irão funcionar no solo tão bem quanto quando usados em
pé.
Em geral, golpes com as pernas funcionam muito bem quando aplicados por alguém que está no chão se o agressor estiver em pé, porque as pernas são mais longas do que os braços, e irão manter o agressor mais afastado. Além disso, golpes com o joelho para a região da virilha costumam ser facilmente aplicados no chão, visto que um agressor provavelmente não será capaz de proteger essa região enquanto luta.
FAÇA MOVIMENTOS CONTÍNUOS
Uma situação de agressão não
termina enquanto um agressor ou uma ameaça não estejam completamente
eliminados.
Isso significa que se a reação
contra uma agressão parar antes do agressor ter ido embora, estar imobilizado
ou ainda desacordado, será como abrir mão da vantagem inicial que existia com o
elemento surpresa.
Para sobreviver é preciso
continuar os movimentos da defesa, contra atacando sem parar e utilizando tudo
que for possível e necessário até que seja seguro parar a reação e fugir.